
Estava no
ônibus, numa jornada de retorno ao lar, quando em deparei com um tipo de ser estranho: as pessoas. Uma definição perfeita para elas seria um elemento: ar. Talvez, cometo um exagero de profundidade e
consistência. Mas, para a infelicidade do ar, assim, se define o cidadão da
contemporaneidade: sempre no fim, preocupadas com o tudo, eles querem como o ar, em todas as partes esta. Contudo, o que estar em tudo, não está em nenhum lugar em particular. Essa é a preocupação das pessoas, aérea, nada que transborde a
estratosfera de nossa era. E bailando nesse banho de
vacuidão, se batendo vão. Como os vermes sem uma asa, a outra se amassa em gestos, e vão se debatendo, como os pés dos enforcados, como as mãos dos afogados, como os olhos dos asfixiados. Falam rebolando, requebrando, para
transparecer o que eles no fundo querem esconder, o seu verdadeiro vazio ser. Todos ficam perdidos, hipnotizados no sambar falacioso dos gestos, esquecem-se de procurar o lá tem de verdadeiros méritos. Levam como verdadeiros os movimentos que vêem derradeiros. São para enganar a vacuidade lá estava presente em toda idade. Eles não sabem interpretar, não sabem enganar, nem sabem encenar. É um novo contrato social, do me finge que me engana que eu finjo acreditar. Não sabem imaginar, nem sabem criar, nem mesmo imitar. Por quê? Eles não acreditam no que fazem. Uma corja de deprimidos, sonhos não ocorridos, em nome de está numa estatal e currículo, perdem o senso do ridículo. E quem nos ensinaria a mudar esse vazio de interior e gestual? Ah, os
mímicos! É horrível que isso seja permissível! Onde estão nossos
mímicos? Aqueles que ensinam a nós a criar e recriar a realidade, e, fazer realmente do nada uma
creation ex
nihilo. Ensinam-nos a rir, chorar, calar, ir e vir, e, não fazem isso em
tagarelices cheias de imundices. Ao contrário de como fazem os que com gritos e gestos vazios, fazem os outros viverem o inferno de eternamente trair o movimento, (fato que me fez colocar Dante no Inferno http://diariodomisantropo.blogspot.com/2010/10/movimento-de-dante-para-o-inferno.html). Por isso apelo um socorro para todo mímico: Socorro, nós estamos pagando mico!