sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Movimento de Dante para o Inferno
Com toda certeza, Dante se esqueceu gravemente de registrar uma parte em seu inferno. Não vou condená-lo ao Sexto Círculo. Ele não era dotado de capacidade para adivinhação. Assim como nunca adivinharia que o homem faria sua queda para a praia, jamais preveria tal fenômeno que encontramos hoje: o de trair o movimento. Se o movimento tivesse uma cabeça, creio que essa é mais cheia de chifres do que qualquer besta diabólica escrita na Divina Comédia. Nesse exato instante, a cada milésimo, quatro pessoas estão traindo o movimento. Como eu sei o número exato? Bem, vai aos mesmos cálculos fictícios que aquelas organizações apocalípticos fazem para tirar do nosso bolso o dízimo político. E assim, com o tempo, o movimento vai sendo traído por seus integrantes a cada instante, por isso, os integrantes são acusado de traição, antes de mesmo de terem feito alguma coisa. Todos vivem querendo ser, falam ser, mas esquecem de ser. Esquecem-se porque falam, enfeitam-se em demasiado. E somente existe regras vazias, tão quanto suas fantasias. Se respirar errado, já é uma condenação a morte. Por isso, eu digo, tem uma parte no inferno, onde estão todos acusando você de trair o movimento, e você vive a angústia de tentar esta no movimento, e para isso, tem que acusar os outros de trair o movimento também. Somente dessa forma, falando enfeitadamente, você vai se afirmar neste movimento; o movimento da traição do movimento. Assim, passaram a eternidade vivendo, não-vivendo, usando de força vital, aquilo que lhe destrói, mergulhados numa tagarelice cíclica que ninguém se ouve. São cachorros atrás do próprio rabo. Bem, refletindo com mais profundidade, revoltei-me com tudo, mudei de idéia sobre Dante, ele cometeu um erro grave, ele traiu o movimento. Vai para o inferno, lamento!
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FIRST
ResponderExcluirAUEHUAHEUAHEUAHEUAH
Pow cara, traiu o movimento.
ResponderExcluirtroooooooooo
ResponderExcluirtrais o movimento e troooooooooooo!
É inevitável, as pessoas gostam mesmo de criar essas caixinhas onde se enfiar. É uma forma de tentar construir a própria personalidade, de tentar provar algo aos outros, quando, na verdade, não somos lá muita coisa. Muita gente anda confundindo "personalidade" e "caráter" como "opinião", quando na verdade ela é apenas uma parte dessas duas outras coisas. É daí que, acredito, nasce o radicalismo: ao tentar se encaixar nesses lugares, as pessoas desenvolvem essa sede de provar que merecem (?) estar ali, ao mesmo tempo em que se irritam com tantos outros que são tão diferentes dela, e que no entanto estão ali, no mesmo local, tentando expressar a mesma opinião (se é que tem como duas pessoas fazerem isso). Aí começa... "Você é um traidor no movimento", "Não, você que é", quando na verdade foi o movimento que traiu a ilusão de todo mundo, porque simplesmente não existe...
ResponderExcluirEnfim, acho que viajei um pouco, ahahahaha... Legal o texto, continua assim =]
Este comentário foi removido pelo autor.
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